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Demora do júri no caso da boate Kiss é ultrajante

Josias de Souza

18/06/2019 19h05

A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu nesta terça-feira que os quatro réus no caso da boate Kiss vão a júri popular. Prevaleceu o entendimento segundo o qual os acusados tinham a exata noção de que assumiam o risco de matar. Afora os 636 feridos, morreram 242 pessoas.

A tragédia ocorreu há seis anos e meio, em janeiro de 2013. Desde então, o Brasil atravessou um impeachment e está no seu terceiro presidente da República. Viu nascer, crescer e envelhecer a Lava Jato, maior operação anticorrupção da história. E a tragédia da boate Kiss continua impune. Os responsáveis estão livres.

A impunidade neste caso não é senão um ultraje. É um crime dentro do outro. Assassina-se agora, lenta e dolorosamente, a alma dos familiares dos 242 mortos. A decisão desta terça-feira pode não ser definitiva. Cabe recurso ao Supremo Tribunal Federal. No Brasil, o crime é perto. Mas a Justiça mora muito longe.

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Sobre o autor

Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.

Sobre o blog

A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.


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