Reforma da Previdência virou balé de elefantes
Josias de Souza
01/10/2019 18h35
Ao comentar a aprovação da reforma previdenciária na Comissão de Constitução e Justiça do Senado, nesta terça-feira, o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), elogiou muito o papel do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do líder do governo, Fernando Bezerra. Os elogios de Onyx tornaram a análise da conjuntura simples como o ABC.
Num instante em que volta ao baralho a carta da ameaça de novo adiamento, vale a pena recordar: Na versão original, a reforma da Previdência previa uma redução de despesas da ordem de R$ 1,2 trilhão em dez anos. A proposta saiu da Câmara com uma economia de R$ 933 bilhões. No Senado, a economia projetada é de R$ 877 bilhões em uma década. E não há a garantia de reinclusão de estados e municípios na reforma. Isso foi empurrado para uma emenda paralela que sumiu momentaneamente do debate.
– Atualização feita à 00h35 desta quarta-feira (02/10): O plenário do Senado aprovou o texto-base da emenda da reforma previdenciária. Na votação das emendas que visavam modificar o texto, o governo sofreu uma derrota que deve lipoaspirar a economia pretendida pelo governo em R$ 76,4 bilhões. Assustado, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, suspendeu a sessão. O processo de votação será retomada no final da manhã desta quarta.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.