Em minoria, oposição bloqueia votações e impõe a Dilma o desafio de reunir sua ‘tropa’ legislativa
A semana brasiliense –de terça a quinta— chegou ao fim sem que o governo conseguisse votar no Congresso os três projetos que deseja ver aprovados antes do recesso parlamentar: na Câmara, duas medidas provisórias do programa Brasil Maior; na Comissão de Orçamento, a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
No gogó, Dilma Rousseff dispõe do maior conglomerado de apoio congressual que um governo já teve desde a redemocratização do país, em 1985. Na prática, a maioria governista revelou-se um aglomerado desconjuntado.
Associando-se a legendas da periferia do condomínio governista –PR, PSC e PDT, por xemplo—, os oposicionistas PSDB, DEM e PPS impuseram ao Planalto uma constrangedora obstrução. Conforme noticiado aqui, o bloqueio se deve à insatisfação dos antagonistas do Planalto com a distribuição desigual das verbas das chamadas emendas de parlamentares.
O início das férias de meio do ano dos congressistas está marcado para a quarta-feira (18) da semana que vem. Porém, manda a lei que o Congresso só pode fechar para o recesso depois de votar a LDO. Ou seja: se a coisa não for votada até terça (17), deputados e senadores terão de suar a camisa no recesso.
De duas, uma: ou o Planalto cumpre o acordo que firmara com a oposição na semana passada ou convoca sua infantaria legislativa para impor sua suposta maioria. Nesta quinta (12), rendido à falta de músculos do Planalto, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) teve de suspender a sessão sem votar as MPs do Brasil Maior, editadas por Dilma para estimular a produção industrial.
A inanição governista manifestou-se também na Comissão de Orçamento, forçando seu presidente, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) a mimetizar Marco Maia. Encerrou a reunião sem conseguir levar a voto o texto da LDO.
Marco Maia viu-se compelido a convocar sessões para segunda e terça da próxima semana. Como que antevendo o risco de sobrevivência do impasse, o mandachuva da Câmara entendeu-se com o presidente do Senado, José Sarney.
Os dois combinaram que, confirmando-se a inviabilização do recesso, vão divulgar um cronograma de votações para o resto do mês de julho. Algo que será levado às manchetes como uma evidência material da falta de coordenação política do governo Dilma Rousseff.
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