Fracassada, a missão de senadores na Venezuela foi um retumbante sucesso
Fracassou a missão dos senadores brasileiros que voaram para a Venezuela nesta quinta-feira. Eles não conseguiram visitar o presídio onde está detido o oposicionista venezuelano Leopoldo Lópes. Também não lograram conversar com outro adversário do regime bolivariano de Nicolás Maduro, o prefeito da área metropolitana de Caracas, Antonio Ledezma, mantido em prisão domiciliar. A frustração de todos os planos fez da viagem um retumbante sucesso.
Foram à Venezuela oito senadores: os tucanos Aécio Neves (MG), Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Cássio Cunha Lima (PB); José Agripino (RN) e Ronaldo Caiado (GO), ambos do DEM; Ricardo Ferraço (PMDB-ES); José Medeiros (PPS-MT) e Sérgio Petecão (PSC-AC). Após desembarcar, enfiaram-se numa van. Mal deixaram o aeroporto, foram abalroados por uma manifestação hostil de militantes chavistas.
Eles gritaram: "Chávez não morreu, se multiplicou". Bateram na lataria do veículo. Arremessaram pedras. Percebeu-se que, para a infantaria do presidente Maduro, os senadores brasileiros não eram bem-vindos. Ao tentar seguir em direção ao presídio, os visitantes se deram conta de que a via que liga o aeroporto à cidade de Caracas estava bloqueada. Alegou-se que o bloqueio se devia à necessidade de transportar um prisioneiro extraditado da Colômbia. Era lorota!
Ficou entendido que também para o governo venezuelano os narizes dos senadores brasileiros, além de brilhar e coçar sob o calor de Caracas, metiam-se onde não eram chamados. Do contrário, um mandatário onipresente e centralizador como o companheiro Nicolás Maduro não hesitaria em providenciar para que todos os caminhos dos parlamentares brasileiros estivessem desobstruídos.
Os senadores decidiram abortar a missão e retornar ao Brasil. Continuam incapazes de reconhecer a democracia que Maduro diz existir na Venezuela. Mas verificaram in loco que Maduro também é incapaz de demonstrá-la. Por isso o fracasso tornou-se o grande sucesso da viagem. Algo assim costuma resultar em consequências políticas. Nos próximos dias, Dilma Rousseff, incapaz de notar que Maduro apodrece, será instada a fazer alguma coisa. Nem que seja uma cara de nojo.
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