Mulher de Cachoeira reforça: ‘Ele pode explodir’
A corrupção é como um espetáculo de balé. O sujeito pode ser um Mikhail Baryshnikov, um Rudolf Nureyev, mas precisa de uma equipe para brilhar. Tem toda uma estrutura a amparar-lhe os rodopios –do massagista à partner. Na corrupção é a mesma coisa.
O Legislativo pendura a verba no Orçamento, o Executivo abre a janela de oportunidade e o Judiciário cuida para que, acima de determinado nível de renda, ninguém seja punido. O criminoso apenas pratica a tunga. Acerta-se o 'por fora' e pronto– é vapt-vupt.
Habituado ao ritual, o pós-bicheiro Carlinhos Cachoeira começa a estranhar a longevidade de sua cana. Neste sábado (28), o amigo de Demóstenes Torres completa 60 dias de cadeia. Incomodado, transformou sua mulher, Andressa Mendonça, em trombone.
Andressa já ecoou o sopro do marido duas vezes. Em ambas insinuou que Cachoeira está na bica de transbordar. Numa oportunidade, ela disse: "Ele reflete muito. Como toda pessoa que está presa, longe dos seus, pensa uma coisa e, depois, pensa outra. Difícil saber o que vai acontecer. Ele não tomou uma decisão."
Noutra, veiculada neste sábado, Andressa enfatizou: "Ele pode explodir. Ele é um leão enjaulado. Ele pode explodir porque é uma pessoa que está presa, sentindo-se injustiçada. Foi tirado o direito dele de conviver com a família, com as pessoas que ele ama. Ele se sente bode expiatório…"
Um observador incauto poderia imaginar que Cachoeira está prestes a afogar os seus comparsas. Bobagem. Ele está apenas mimetizando Fernando Collor. À sua maneira, o prisioneiro da Operação Monte Carlo grita para a quadrilha: Não me deixem só.
No mais, o bicheiro está mais para cabrito que para bode. Sabe que não está em condições de berrar. No limite, se Cachoeira decidisse levar adiante a ameaça de atear fogo às próprias vestes, tomaria o cuidado de se despir antes de riscar o fósforo.
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