Manaus: em campanha, Dilma evita mensalão
No instante em que o STF condenava a cúpula do PT por formação de quadrilha no mensalão, Dilma Rousseff voava de Brasília para Manaus. O avião presidencial aterrissou na capital amazonense por volta de 19h15. A presidente absteve-se de conceder entrevista.
Instalou-se no Hotel Tropical. Deixou a hospedaria às 20h30, quando já estava consolidado o placar de 6 a 4 que grudou a pecha de quadrilheiros em José Dirceu, José genoino, Delúbio Soares e outros sete condenados. De novo, evitou o contato com gravadores e microfones.
Dilma foi ao palanque da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), candidata que mede forças com o ex-senador Arthur Virgílio (PSDB) pela prefeitura de Manaus. A presidente ouviu discursos, discursou e deixou o local sem dizer palavra sobre o infortúnio que o STF impusera ao seu partido.
Ao participar do comício de Vanessa, Dilma associou-se a uma candidata que, em desvantagem nas pesquisas, flerta com a derrota. Fez isso de olho em 2014. Num instante em que o PSB de Eduardo Campos revela-se menos fiel do que o petismo gostaria, Dilma não pode se dar ao luxo de desagradar aliados como o PCdoB.
"Eu confio em Vanessa. Ela, sim, tem condições de governar Manaus em parceria", disse Dilma, insinuando que, eleito, o tucano Virgílio distanciaria Manaus dos cofres de Brasília. Ela realçou que o município tem negligenciado as verbas que seu governo oferece em projetos educacionais e habitacionais.
Afirmou coisas assim: "Nós oferecemos creches e não é só a construção. É o pagamento dos professores, móveis e comida. Me pergunto: por que eles não pegaram o dinheiro?" Chama-se Amazonino Mendes o atual prefeito de Manaus. É filiado ao governista PDT.
Lula também estivera em Manaus no primeiro turno. Pronunciara um discurso bem mais ácido do que o de Dilma. Fizera ataques frontais ao desafeto Arthur Virgílio. Insinuara que, quando foi prefeito, o tucano acionara a polícia contra camelôs. Dilma foi mais econômica nos ataques. Porém…
A certa altura do discurso, tocou num em caro aos moradores da cidade. Deu azo à tese segundo a qual o tucanato conspira contra a Zona Franca de Manaus. Perguntou à militância: "Quem foi contra a Zona Franca?" A platéia gritou os nomes de Virgílio e FHC. A pecha não orna com a realidade.
No Senado, Virgílio sempre defendeu a Zona Franca. Na atual campanha, se indispose publicamente com o governador tucano Geraldo Alckmin por conta de medidas tributárias que, adotadas em São Paulo, impuseram prejuízos às indústrias instaladas em Manaus.
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