Dilma diz que Judiciário não pode tratar vândalos como pessoas democráticas
Josias de Souza
01/11/2013 16h12
Nas palavras da presidente, o Judiciário "não pode tratar essas questões como sendo manifestações de pessoas democráticas, elas não são democráticas. São pessoas que estão ferindo, inclusive, outros seres humanos… Portanto, elas não podem ser consideradas [como] pessoas que estão fazendo uso da sua liberdade de manifestação."
Dilma condenou também o anonimato dos transgressores, que encobrem os rostos e "destroem patrimônio público e privado, provocam ferimentos, machucam e mostram, não a civilização e a liberdade da democracia, mas a barbárie."
Segundo ela, o encontro do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) com os secretários de segurança do Rio e de São Paulo, ocorrido nesta quinta-feira, foi o primeiro de uma série. "Pretendemos fazer isso com todos os Estados."
A certa altura da entrevista, Dilma deu uma ideia do modo como gostaria de ver tratados os vândalos: "Tem vários lugares do mundo em que o método é simplesmente você isolar os manifestantes que fazem esse vandalismo e segregá-los, deixar claro quem são, prendê-los, obviamente, e processá-los. […] É impossível que essas pessoas não respondam pelos seus atos."
Há muito de pragmatismo eleitoral nas manifestações de Dilma sobre os protestos violentos. Conforme já noticiado aqui, a presidente e os operadores de sua pré-campanha tentam colocar a candidata em sintonia com a aversão da sociedade à violência que se infiltra nas manifestações de rua.
Dilma foi à Bahia para inaugurar uma via expressa que ligará uma rodovia federal, a BR-324, ao porto de Salvador. Baía de Todos os Santos, que vai ligar a BR-324 ao Porto de Salvador. A via mede 4,3 Km. Foi aberta com verbas do PAC. A presidente falou às emissoras de rádio na Base Aérea da capital baiana, logo depois de aterrissar.
– Serviço: a entrevista de Dilma pode ser ouvida aqui.
Sobre o autor
Josias de Souza é jornalista desde 1984. Nasceu na cidade de São Paulo, em 1961. Trabalhou por 25 anos na ''Folha de S.Paulo'' (repórter, diretor da Sucursal de Brasília, Secretário de Redação e articulista). É coautor do livro ''A História Real'' (Editora Ática, 1994), que revela bastidores da elaboração do Plano Real e da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República. Em 2011, ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo (Regional Sudeste) com a série de reportagens batizada de ''Os Papéis Secretos do Exército''.
Sobre o blog
A diferença entre a política e a politicagem, a distância entre o governo e o ato de governar, o contraste entre o que eles dizem e o que você precisa saber, o paradoxo entre a promessa de luz e o superfaturamento do túnel. Tudo isso com a sua opinião na caixa de comentários.